Viviane
Salgado
O
aumento sensível da quantidade de veículos nas ruas tem provocado
congestionamento e tornado o tempo de deslocamento cada vez maior,
principalmente em horários de pico. Observamos ainda a poluição
sonora gerada pelos motores e buzinas, motoristas e pedestres não
respeitam as regras de trânsito, aumento do índice de acidentes,
comportamentos agressivos que desencadeiam agressividade do outro…
enfim, um quadro caótico!
Todos
os dias, recebemos notícias referentes ao estresse e as
consequências que ele traz para as vidas das pessoas. É possível
que os comportamentos inadequados das pessoas no trânsito possam ser
provenientes do estresse do dia a dia. O próprio trânsito gera
situações de estresse, fazendo com que o comportamento agressivo de
um motorista, desencadeie agressividade de outros motoristas.
Pesquisas comprovam que aproximadamente 85% dos acidentes que ocorrem
no trânsito se devem a fatores humanos. A rotina cada vez mais
acelerada dos dias atuais colabora para esta estatística.
A
agressividade é o maior causador dos transtornos no trânsito. O
veículo ao lado se torna um adversário e a agressividade é
acentuada pelo estresse. O corpo reage de forma instintiva, e os
princípios de civilidade são extinguidos. O abuso da ocupação do
espaço público é visível. Esse espaço que de direito é de
todos, deve ser dividido com tolerância e bom senso. E a
agressividade expressada através dessas atitudes vai desencadeando
outros problemas.
Dos
comportamentos agressivos no trânsito os que apresentaram maior
índice são: discussão por causa de alguma encostada que deram no
seu veículo; acelerar para passar a tempo quando o sinal fica
amarelo; ultrapassar em locais proibidos; cobrar fechadas;
perigosamente acelerar; falar que só podia ser mulher ao volante;
dirigir alcoolizado; ultrapassar os limites de velocidades
estabelecidos; buzinar quando o motorista da frente se atrapalhar ou
demorar, entre outros. Esses comportamentos representam o que
acontece no trânsito, os homens na maioria se consideram bons
motoristas e aí não admitem respeitar as regras, ou que o álcool
faça diferença na percepção dos sinais de trânsito, na
observação de possíveis perigos, na demora de reação frente aos
obstáculos e perigos e que a velocidade é perfeitamente controlada
por eles.
Segundo
especialistas em Medicina do Trânsito, o organismo reage ao estresse
causando consequências físicas e emocionais. O organismo reage
enviando mensagens de tensão muscular, sensação de aperto no
estômago, taquicardia, insônia, cefaléia, lombalgia, etc.
Quem
trafega pelas principais vias da cidade precisam ter paciência e
disposição. E para evitar os desgastes emocionais e físicos, os
especialistas do trânsito passam algumas recomendações:
-
Saia de casa com antecedência. O atraso gera ansiedade;
-
Aprenda caminhos alternativos e fuja das grandes vias com trânsito
intenso;
-
Evite sair de casa logo após uma discussão, evitando descarregar
sua raiva nos outros;
-
Não ingerir álcool antes de dirigir;
-
Dê preferência a ouvir músicas agradáveis ou rádio com conteúdo
informativo tranquilo;
-
Conte até dez antes de responder a insultos e gestos obscenos. Não
revide fechadas;
-
Seja mais tolerante com as falhas dos outros motoristas. A gentileza
no trânsito ajuda a combater o estresse no próprio trânsito.
-
Quando estiver no engarrafamento, faça exercícios respiratórios:
inspire e respire lentamente.
Lembre-se:
o seu estresse não vai fazer o trânsito ficar mais rápido!
Este texto foi publicado no Jornal Gazeta da Torre (Recife/PE), em junho 2017.
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