23/03/2013

HÁ LUGAR PARA O SAGRADO NA EMPRESA ?



por: Francisco Gomes de Matos

A espiritualidade não é opção, é a realidade do homem.
O sagrado, o transcendente, não é, em geral, objeto de preocupação maior nas organizações. A visão transcendente decorre do embasamento cultural da empresa, sua filosofia, políticas e estratégias. Sendo a cultura que fundamenta o transcendente, vemos aí a essência do problema, já que administra-se muito pouco crenças, valores e princípios nas organizações. A ênfase situa-se no plano das estratégias de mercado, visando a resultados tangíveis, a curto e médio prazos, sem atenções maiores à perpetuidade, que envolve uma sólida imagem pública, só possível com valores consistentes e práticas coerentes. A empresa é concebida como um sistema econômico que atende às demandas do mercado e, com isso, obtém lucros. Todavia, é igualmente, um sistema social? Sim, pois estão envolvidos seres humanos. Há o reconhecimento rigoroso da valorização humana no processo produtivo? Diria ser bastante incipiente na prática, embora o discurso participativo seja hoje exuberante.
O autoritarismo está no inconsciente das organizações, comprometendo sua cultura e sua práxis. Formas de "escravidão branca" coexistem, em modernos escritórios e fábricas, com tecnologias sofisticadas e métodos de trabalho bem rotulados. O mecanicismo pós-revolução industrial ainda inspira propostas metodológicas neotaylorianas, em aparatosas "reengenharias", que subestimam o homem, em seu secular embate com a máquina. A cibernética, gerando a Sociedade Informacional, vem impondo um tipo de tirania sobre o espírito. Há uma espécie de esquizofrenização social em andamento, com gerações de jovens entregues vorazmente ao computador, quebrando-se os relacionamentos humanos, o sentido de equipe e reforçando o isolamento e o individualismo. Não que a tecnologia não seja bem vinda. Pelo contrário, desde que venha a serviço da dignificação do homem, de sua valorização como bem supremo. É o homem que é inteligente, é sentimento, é criativo. É ele que exerce a função nobre da decisão. É ele que deve ser feliz e deve realizar o transcendente.
Quando a empresa é vista exclusivamente como sistema econômico, a lógica é a do lucro, lucro, lucro, não havendo espaço para o sagrado. Vale lembrar, como ilustração significativa, o depoimento do professor norte-americano Paul Erdman: "A essência da América é a esperança de fazer dinheiro, depois fazer dinheiro com dinheiro, depois fazer muito dinheiro com muito dinheiro".
A cultura da organização pode condicionar atitudes e comportamentos numa linha materializante, mas, se considerarmos o milagre do homem - o Deus interior -, o seu potencial de sacralidade e de realização espiritual, podemos afirmar a presença divina nas condições de maior miséria humana. Deus manifesta-se no homem nas situações mais críticas. Há sempre alguém capaz de dar testemunho, de ser a esperança em meio ao caos, de hastear a bandeira e indicar o rumo.
A distorção conceitual é causa se não conscientizada de fracassos empresariais, onde Equipe e Cultura são incipientes, indefinidas, inconsistentes. Não há genuinamente equipes, mas agrupamentos, onde o estilo predominante é o mandar x receber.
A cultura geralmente manifesta-se pelo inconsciente coletivo - "um não sei o quê", o espírito do "não pode, pois a cultura não permite".
A coação e a restrição levam a um estado acomodatício, gerando clima de pobreza espiritual. Onde a sacralidade é freqüentemente confundida com o ritualismo, sem o exercício da essencialidade.
Pode haver pobreza espiritual e um rico ritualismo. Pode haver até igreja na empresa e ela não estar no coração do homem.
É preciso melhorar o homem e as organizações simultânea e sinergicamente. O esforço dissociado da melhoria organizacional leva comumente a frustração e recaídas. Evidente que haverá sempre um São Francisco de Assis e um Gandhi, capazes de superar estruturas hostis e fazer valer suas transcendências. Trabalhar a cultura é fundamental para acelerar o processo e efetivar as transformações radiais.
Na linha do desenvolvimento do homem na empresa, o sistema básico é o de educação gerencial, tendo como diretrizes a liderança integrada, a formação de equipes e o exercício do conceito de gerente educador. Quer isso dizer que é vital as lideranças estarem comprometidas com verdades comuns (o que integra lideranças são idéias, não tecnologias), serem orientadoras de equipes (a solidariedade grupal é condição para a normalidade do sistema) e exercerem função educativa (o líder ou é um educador ou não é líder).
Melhorar a organização significa preservar e desenvolver sua imagem pública através de um processo contínuo de Educação Empresarial, que importa numa Filosofia de Qualidade (espera-se que a empresa tenha não só bons produtos e serviços, mas que ela seja realmente boa como empresa), em Cultura Aberta e Enriquecedora (que os estímulos do ambiente empresarial sejam positivos à plenitude humana, pois daí decorrerá a produtividade efetiva), em Tecnologia Avançada (espírito receptivo à boa aplicação da tecnologia) e em Marketing (divulgação inteligente das propostas da empresa). Dentro desse contexto de forças, há um cenário propício à Transcendência na Empresa.
A Transcendência está nas pequenas coisas, pois ela está no coração do Homem. Quais são essas pequenas coisas que estão no pequeno dia-a-dia de cada um? Vejamos:
·         Dar informação
  • Possibilitar formação
  • Dignificar a pessoa, motivando sua participação em equipe
  • Criar ambiente favorável à plenitude humana
o    ao AMOR/SOLIDARIEDADE
    • à ALEGRIA / BOM HUMOR
    • ao BEM ESTAR / SAÚDE
    • à REALIZAÇÃO / PROMOÇÃO
    • à FÉ / TRANSCENDÊNCIA
·         Avaliar o desempenho
  • Elogiar os acertos
  • Corrigir os erros, com reorientação
  • Treinar, treinar, treinar
  • Delegar autoridade
  • Estimular a criatividade
  • Saber gerenciar o tempo e administrar conflitos

Isso significa que viver é conviver e que nossa existência é uma aprendizagem contínua, à base de solidariedade (todos educam e são educados). A transcendência realiza-se com a simplicidade e a essencialidade do ato de respirar. É um equívoco comum pensar sempre em grandes providências, que, exatamente por serem grandes, são sempre adiadas e nunca cumpridas. O segredo é começar com pequenas coisas e ir progredindo. Estar aberto a consultas e respondê-las com sinceridade, prestar todas as informações relevantes, elogiar, orientar e ir criando o clima da confiabilidade e a cultura do amor. A delegação de autoridade, por exemplo, é um instrumento fundamental de eficácia gerencial, mas é, acima de tudo, um ato de amor de confiança, de respeito à liberdade e à competência; é um forte estímulo ao autodesenvolvimento. Igualmente a criatividade, que torna o homem, por sua contribuição pessoal, co-partícipe da obra divina da perfeição.
Quando se exercita a autocracia no trabalho, inibe-se a inovação e a transcendência. Ninguém ousa apresentar sugestões. Não se exercita o divino que está em todos nós e que se chama exatamente criatividade. Criar é estar com Deus. É realizar a transcendência. Na empresa e em qualquer situação de vida.
O sagrado está no homem, que é o construtor da organização.

Imagem e Indicação de outra leitura sobre o tema: http://www.ligiadenoronha.com/rubrica-eu-consciente/a-espiritualidade-no-trabalho/

16/03/2013

PLANEJAMENTO DE CARREIRA



Invista no Seu Futuro Para Ter Condições de Competir e Estar Sempre na Empregabilidade

1 - Uma Definição de Carreira
- Trata-se uma seqüência de atividades e comportamentos que são consciente e inconsciente no indivíduo, os quais, estão associados as experiências e habilidades durante um percurso de vida de um profissional;
-Uma carreira faz parte da opção de uma pessoa, no seu trabalho, visando subjetivos (valores, formas de satisfação) e objetivos (salários, cargos e empresas).

2 - Critérios para a Escolha de uma Carreira
- Ao pensar na escolha de uma carreira, as pessoas tendem fixar-se em poucos critérios, as vezes apenas na possibilidade de auferir rendimentos e não preocupam-se com uma avaliação das suas reais aptidões profissionais tais como: Formação, Pós-Graduação, Hábitos e Costumes, Conceitos e Pré-Conceitos, ou seja, não analisam suas Características Formais,Tangíveis ou Intangíveis e na sua grande maioria não fazem Avaliações Vocacionais.

3 - Diagnóstico Pessoal
- Compreende o conhecimento necessário para uma avaliação de potencial e preferências. Pontos fortes e fracos são identificados, bem como, gostos e ambições. O profissional terá que ter convicção que o seu perfil é dotado de: Corpo, Mente e Espírito.

4 - Diagnóstico Ambiental
- Ajuda a pessoa a detectar riscos, oportunidades e possibilidades de entrosamento com o mercado de trabalho e a sociedade em geral, sempre, monitorados através de feedbacks que permite ajustes com a realidade do seu perfil profissional.

5 - O Auto - Conhecimento
- Visa ajudá-lo a identificar suas potencialidade, habilidades, valores e preferências, inclusive, ter melhor compreensão em que tipo de organização terá melhor sucesso e que tipo de colaboradores serão complementares.

6 - Implantação do Plano de Carreira
- Para direcionar o seu "foco", o profissional terá que estar convencido que será necessário querer mudar e que toda a mudança exige"quebra de paradigmas", terá muitas vezes que colocar fora alguns " brinquedinhos" com raízes profundas no seu consciente.
- O Inventário de Percepções
- Começar e Terminar uma Missão;
- Facilidade de Tomada de Decisões;
- Agilidade com Relação a Prazos;
- Ser Hábil Negociador;
- Trabalhar bem Sob Pressão;
- Ter Metas e Definir Resultados;
- Ser sempre Empreendedor, ou seja, Arrisque;
- Grande Controle Emocional;
- Não Seja Centralizador, Saiba Delegar;
- Seja sempre Humilde, Saiba Apreender e Oriente o que Apreendeu aos Seus Subordinados;
- Falar Bem, Catalisar as Atenções, Conduzir Grupos e Entender as Pessoas;
- Recrutar, Energizar Pessoas, Reconhecer e Utilizar Habilidades de Outros e Compartilhar Responsabilidade;
- Facilitar o Desenvolvimento de Outros, Ajudar a Identificar seus Problemas, Necessidades e Soluções.

7 - Profissões e Empresas
- Todo o profissional terá que ter um conhecimento adequado das profissões e das empresas nas quais se quer fazer carreira isto é fundamental, mas a visão de futuro é ainda mais importante. Dadas as mutações constantes de nossa sociedade, chegamos a um ponto no qual tem mais chances de acertar quem consegue ter uma visão das necessidades do futuro do que planejar suas carreiras baseada em necessidades atuais.

8 - O Perfil do Profissional do Futuro
- Estar aberto as novas idéias e conceitos independente de suas origens. Apreender sempre e pronto para questionar os sistemas já existentes;
- Nem generalista , nem especialista, deve ser (multidimensional) e entender o complexo relacionamento interpessoal;
- O profissional moderno tem que ser extremamente sensível as questões éticas e morais, sistemas de valores e códigos sociais;
- Deverá administrar as incertezas e as mudanças mais velozes;
- Domínio da tecnologia, porque ela poderá ter impacto em todas as áreas, incluindo Financeira, Marketing, Recursos Humanos e Produção;
- Adaptabilidade em qualquer tipo de clima organizacional será fator da DIFERENÇA .

09/03/2013

Trocar de Empresa (?)

 Acontece aos melhores profissionais. No meio de um dia de trabalho, um telefonema de um consultor (headhunter) abre repentinamente novos caminhos para sua carreira. A satisfação é grande, é nesse momento que um profissional sente a verdadeira diferença de ter contratado uma assessoria ou uma "agência de emprego". É claro que logo que você recebe a comunicação há uma mistura de insegurança e dúvida que lhe invade a alma. A troca de empresa seria realmente compensadora? O que encontraria no novo ambiente de trabalho? Qual a situação financeira dessa companhia? Como a família reagiria a uma eventual mudança de cidade? As respostas a essas e a outras questões exigem uma pesquisa minuciosa e discreta. São necessárias algumas horas de reflexões profundas.

Mas tais cuidados podem significar a diferença entre uma guinada na carreira e uma trombada espetacular. Nunca se esqueça: muitas vezes na vida é preciso mudar. É claro que há circunstâncias particulares. Se o profissional sente que não há como progredir na sua função na organização ou, até mesmo, já está há mais de cinco anos na empresa (tempo que julgamos ideal para mudar de emprego) o bom senso manda que as exigências sejam afrouxadas. A recomendação vale também para os desempregados.

A responsabilidade por tal tarefa é do próprio profissional, mas também pode solicitar a opinião do seu "conselheiro de carreira". Um dos primeiros cuidados é evitar as tentações, ou seja, aceitar uma proposta de emprego apenas pelo pacote de remuneração ou pelo título lustroso de um cargo. Afinal, falsas expectativas oferecidas pelas empresas não tem amparo na lei da cidadania. Não há proposta boa ou ruim, pois tudo depende do casamento das necessidades da empresa com os anseios do profissional. Um noivado precipitado, pode trazer surpresas desagradáveis. Além disso, feita a oferta, o profissional deverá levar em conta a cultura da nova organização, bem como seu "plano de cargos e salários", pois muitas empresas possuem "plano de carreira" apenas no papel, sem o comprometimento da direção.

Sobre a cultura terá que tomar alguns cuidados, principalmente em empresas conservadoras, pois características pessoais poderão serem malvistas. Exemplos: terno bem cortado e gravata de seda ou até mesmo um carro caro, poderão ser vistos como sinais de esnobismo; uma pessoa barulhenta talvez não se sentisse confortável numa empresa de origem européia, cuja marca é a discrição. Assim a identificação do profissional com a cultura da empresa é fundamental para o seu sucesso na organização.

O que um profissional deve valorizar numa proposta de emprego:
- Oportunidade de Treinamento e Desenvolvimento;
- Experiências Internacionais;
- Valorização da Formação, Pós-Graduação e Idiomas;
- Pacote de Remuneração;
- Possibilidades de Promoções;
- Posição Estratégica;
- Projetos de Longo Prazo.

 
E então, vale a pena mudar de empresa?